quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Amigos de mesa


A mão esquerda segurava um lápis, que riscava a superfície da mesa. Aos poucos, a paisagem de uma praia em pleno pôr-do-sol ia aparecendo e a criadora do desenho se perdia nela. O sinal tocou, Giovanna guardou o material e saiu da sala. Finalmente a segunda-feira acabara!

 Na tarde seguinte, a menina entrou na sala de aula, jogou a mochila no chão, abriu-a, pegou seus livros e... Seu desenho continuava ali, e, para sua surpresa, acompanhado de um comentário (provavelmente de alguém do turno da manhã):

 Que lindo!

Giovanna sorriu e colocou seus livros na mesa, ao lado do desenho. Então pegou seu lápis e escreveu:

Obrigada.

Na quarta-feira, seu “obrigada” havia sido respondido, com um: Disponha, você merece.
Ela dessa vez deu uma risada contida e escreveu: Você não me conhece para saber se eu mereço, posso ser uma pessoa muito má.

Eu garanto que não é.

Você continua sem me conhecer.

Eles limpam as mesas às sextas.

Quando Giovanna olhou sua mesa na segunda seguinte, algumas palavras um pouco borradas enfeitavam a madeira.

Posso saber seu nome?

Sou só uma sonhadora. E você?

Sou só um louco.

Louco? Por quê?

Porque todos somos loucos.

E todos somos sonhadores.

Então você é uma sonhadora louca. Um dia descubro seu nome.

Será, louco sonhador?

Eles limpam as mesas às sextas.

E por muito tempo, os dois conversaram através das mesas. Giovanna ficava acordada até tarde pensando em qual seria a resposta do garoto e tentando imaginar como ele seria pessoalmente. Na segunda, como sempre, uma mensagem estava escrita na mesa.

O que você vai fazer no sábado?

Acho que nada. Por quê?

Curiosidade.

Então você é um louco sonhador curioso.

Com certeza.

Talvez eu vá ao cinema às 14h.

Que coincidência! Eu também!

Só porque eu vou, não é?

Eles limpam as mesas às sextas.

Giovanna colocou um vestido amarelo, um par de tênis e pegou sua bolsa. Seu tio a deixou no shopping e ela foi andando até o cinema. Como vou reconhecer o menino?, questionou-se. Olhou em volta e se sentiu uma idiota por não ter combinado nada direito. Sua sorte era que aquele era o único cinema da cidade.

Sentou-se em um banco em frente ao cinema. Seu olhar sonhador vagou pelo lugar e captou um menino loiro e alto de óculos. Em sua camisa havia algum desenho... Era uma praia, no pôr-do-sol. Giovanna caminhou até ele e disse:

– É você?

– Acredito que eu seja eu. E que você seja você – disse ele sorrindo.

– Seu louco!

– Louco sonhador!

– Adorei sua camisa.

– E eu adorei seus tênis.

Giovanna olhou para os tênis comuns e riu, olhando para o garoto. Ela se lembrou que ainda não sabia seu nome, mas ele foi mais rápido.

– Agora, acredito que queira me dizer o nome que seus pais escolheram para você.

– Giovanna, – disse ela, sorrindo, – e o seu?

– Pedro. Que filme você quer assistir?

Na segunda feira, Giovanna olhou para sua mesa. Um cinema estava desenhado, na tela havia um garoto e uma garota se abraçando; ao fundo, uma praia em pleno pôr-do-sol. E onde deveriam estar as legendas do filme havia uma simples mensagem:

Para a minha amiga de mesa...

domingo, 13 de novembro de 2011

Gadgets

Bom, gente, eu estava pensando em alguma coisa para deixar o blog legal, então decidi colocar alguns Gadgets. Comecei colocando alguns de frases de Harry Potter. Tem da Câmara Secreta, Prisioneiro de Azkaban, Cálice de Fogo, Ordem da Fênix e O Enigma do Príncipe. Depois encontrei um de regras do Death Note, que é um mangá que estou lendo. E coloquei ainda um de frases do John Lennon e um Pacman. O design ficou horrível, por isso, deixei todos os gadgets na parte de baixo do blog. Desculpem-me por esse pequeno problema, mas também tem alguns anúncios meio inúteis. Mas o que importa são as frases, então, se quiserem ler alguma, é só ir pro finalzinho do blog que elas estão lá. Se ficar muito ruim, avisem-me (sinto que ninguém nunca vai ler isso, mas td bem) para eu poder excluí-los.

Felicidade

Oi.Eu sei que fiquei um bom tempo sem escrever coisas não-melosas aqui. Mas estou tentando parar com isso. Porque eu ainda tenho muitas coisas para falar.

Tá, eu estou percebendo que algumas pessoas não se satisfazem com a própria felicidade. Elas ficam sempre procurando motivos para se colocar para baixo e, sinceramente, isso não leva a nada. Falo isso como alguém que era assim e que descobriu que é mais fácil não ser.

O que me fez pensar sobre isso aconteceu quinta feira. Meu professor de ciências pegou dengue e não pôde trabalhar, então tivemos aula com nosso ex-professor (que é muito bom). Como ele só tinha que entregar a prova (que eu gabaritei) para as pessoas, não havia muito o que falar, então ele começou a falar com a turma sobre profissões. Todos mencionavam profissões com altos salários (tipo o prático). Eu simplesmente disse que queria ser bióloga e, para minha surpresa, o professor disse que não valia a pena. Fiquei com aquelas palavras na cabeça e agora me arrependo por não ter respondido.

Sinceramente, eu sei que fazer biologia valeu a pena para ele. Se não tivesse valido, ele não seria tão bom dando aulas. Mas ele olhou as coisas por cima, como se o que realmente importasse fosse dinheiro. Mas, cara, eu não ligo para isso. Tudo bem que eu não quero ser pobre, mas também não preciso ser podre de rica. Quero ser feliz, só isso.

Aonde quero chegar é: quando você avalia a felicidade, você tem que avaliar só ela. Sem olhar por outros pontos de vista, por que a felicidade é sua e ninguém mais pode dizer se você é feliz ou não.

E não adianta se comparar com ninguém. Porque as pessoas só sabem se comparar e falar "ah, eu sou pior, estou triste". Sério, isso não vale a pena. Olhe a sua volta. Veja que você tem amigos e uma família que te ama (e se não tiver também, não importa, se procurar, você encontra).Não adianta ficar de braços cruzados se lamentando por coisas que nem existem.

Se você não entendeu nada do que eu escrevi aqui, só digo uma coisa: aproveite a felicidade. É o que vale a pena.

sábado, 12 de novembro de 2011

"Vou sentir sua falta"

  Ele olhou mais uma vez para a menina a dois metros e deu um sorriso confuso. “Vou sentir a falta dela”, pensou, e virou-se para trocar uma figurinha com seu amigo. Era o último dia de aula. Despedidas, lágrimas, sorrisos, ansiedade pelas férias... Tudo passava pela cabeça daquele menino, mas, entre um pensamento e outro, uma vozinha no coração dizia “vou sentir a falta dela”.

    Todas as crianças da turma relembravam o ano, e, a cada vez que ele encarava o rosto da menina, uma lembrança batia à porta de sua mente e ele a deixava entrar de bom grado. Afinal, eram ótimas recordações.

    Primeiro, uma pergunta, seguida de uma resposta. Depois uma conversa. O menino lembrou-se de como descobriu tantas coisas em comum com ela e de como se sentiu acolhido por isso. Brincadeiras, risadas, mais conversas, felicidade...

    A voz repetiu, novamente: “vou sentir a falta dela”.

    Tão rápido quanto começara, aquilo acabou. O menino nunca disse que sentiria falta, nunca chamou a menina para contar que sentia algo diferente por ela (e negou este fato), nunca a abraçou, nunca falou sobre se sentir tão bem ao seu lado. Ele guardou toda a admiração dentro do próprio coração e a deixou lá.

    O sinal do último tempo tocou e, aos poucos, todos foram indo embora. Ela deixou a sala, falando com todos e, sem saber, deixando para trás um garotinho apaixonado que nunca mais veria. E ela nunca teria a oportunidade de dizê-lo: “eu não sabia, mas senti a sua falta”.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Só pra avisar

Em breve postarei algo sobre professores e alunos. Por que minha vida pede isso. Só tenho que elaborar as críticas e argumentos. Preparem-se (isso se alguém lê essa coisa). Beijos.

A corredora

Corra, garotinha! Corra para longe!

Esqueça! A perfeição não existe, por mais que você pense que a encontrou. Não espere nada, não mostre seus sentimentos, não seja vulnerável, ou você vai acabar desesperada. Corra, fuja, procure um outro lugar, procure outras pessoas. Depois corra de novo.

Sua caminhada começou, parabéns. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. Não olhe para trás. Isso vai te fazer sofrer e querer voltar. O passado pode ser muito mais atraente que essa estrada nebulosa e sombria onde você está, mas não desista. Você consegue!

Continue correndo, você não estará completamente sozinha. Fuja das mentiras e das ilusões. Corra!

Você vai querer voltar, é compreensível. Mas vai ser melhor? Você vai acabar voltando para os seus erros. Ou para os erros dos outros. Não cometa o erro de se expor de novo.

A caminhada te cansa? Seu corpo dói? Cure suas feridas e siga em frente. Ignore a chuva, ignore o frio, ignore o desconforto. Ignore suas lágrimas. Acredite, é para o seu bem.

Simplesmente corra. Não tenha medos. Prove-se para si mesma. Acredite nas suas palavras, faça suas leis, e caminhe com seus pés.

 Não pergunte aonde isso te levará. Forme suas respostas. Largue o relógio. Não espere sentada. Corra!

Talvez você veja um raio de sol brotando das nuvens. Talvez a parte boa do passado esteja no fim dessa estrada. Talvez o futuro te reserve um prêmio por sua caminhada. Talvez sintam a sua falta. Talvez precisem de você. Talvez façam questão de mostrar isso. Talvez você seja feliz.

Mas não conte com isso e faça o que é certo. Simplesmente corra.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Leitura e não-leitura

Essa coisa que eu escrevi era para uma aula de redação. Não ficou muito bom porque é uma dissertação e eu não sou muito boa com isso. Enfim, o assunto é interessante e eu acho que vale a pensa postar aqui (mesmo sabendo que no máximo três pessoas vão ler). Agora, sem enrolação, o texto é esse:



A leitura aumenta a percepção e a busca por respostas, por isso é essencial na formação de qualquer pessoa. Existem gêneros tão variados de livros que é impossível alguém não encontrar nenhum interessante.
                Apesar disso, muitos jovens dizem que não gostam de ler. Pode parecer uma simples questão de gosto ou escolha, mas as consequências vão muito além disso. Os jovens se limitam em seus pensamentos e assuntos e isso se tornou tão comum que poucos se importam.  Redações de escola são pesadelos para o não-leitor, porque só se adquire desenvoltura na escrita com a leitura. Treinar a escrita é muito importante porque isso facilita a capacidade de expressão. Mas os textos são feitos de qualquer forma, como se estivesse tudo bem; até o vestibular ou entrevistas de emprego, quando fazer de qualquer jeito é o mesmo que declarar a própria morte.
                Os jovens não-leitores são aqueles que nunca tiveram esse hábito, ou seja, para gostar de ler, é preciso ler desde sempre. Pela falta de leitura na infância, fica muito difícil acabar com o preconceito dos jovens contra os livros. A escola deveria cuidar desse problema e incentivar a leitura, mas essas tentativas nem sempre dão certo. Geralmente, os livros adotados pela escola não atraem o interesse dos alunos e são lidos de qualquer jeito.
                Qual poderia ser o antídoto para o veneno da não-leitura? Assim como todo antídoto, este está na base do problema. Os pais devem ler sempre para as crianças e deixá-las escolher os livros para ler quando aprenderem. Assim, a criança já vai saber seu gosto.
                Na escola, os livros são adotados para trabalhos e não lidos por prazer. Mas se os professores trabalhassem a história do livro, sem tentar conciliá-lo com a matéria, os jovens estariam mais familiarizados com a leitura. Por exemplo, um tempo por semana para discutir sobre os livros do bimestre seria bem dinâmico.
                É inegável que esse problema existe, mas com um pouquinho de esforço, é possível acabar com ele.

domingo, 4 de setembro de 2011

Medos

Eu tenho medo do escuro.

Tento nunca apagar as luzes, mas apago. Eu poderia me sentir atormentada à noite, entretanto, ela não é sinônimo de escuridão. Porque, enquanto me reviro nos lençóis, perdida em devaneios, a lua reflete seu brilho majestoso. Sua luz suave entra pela janela e me dá coragem para encarar a noite, fechar os olhos e descansar. É no quase-escuro que meus medos parecem desaparecer.

Eu tenho medo do futuro.

Prefiro viver no presente, baseando-me nele e somente nele. Acontecem alguns esbarrões com o passado, claro, mas logo eles se tornam o atual momento. Pensar no futuro é insuportável, porque só se é possível pensar em possibilidades. Existem inúmeras possibilidades desastrosas, e é nelas que minha mente se fixa. Então eu simplesmente vivo. No presente. E, antes que eu perceba, o futuro chega. Às vezes, como um grande presente.

Eu tenho medo das pessoas.

Elas são o maior motivo das minhas mágoas. De suas bocas saem as palavras que me atingem, as palavras que me derrubam e me machucam. Elas usam máscaras que me iludem e, quando caem, me reduzem ao patético. Mas amigos são pessoas e eles sempre estão comigo, sem máscaras e sem armas. E são indispensáveis.

Eu tenho medo das dúvidas.

Quero respostas. Por isso as busco, em meio às dúvidas. Esforço-me para me livrar da angústia dos casos incertos, das histórias mal-contadas. Porque eles me atormentam, me levam para baixo, me prendem a eles. Mas sem dúvidas, eu nunca encontraria nenhuma resposta.

Eu tenho medos.

E sou grata por isso.

Carry You Home

 Este texto foi escrito com base na música Carry You Home, do James Blunt, e postado inicialmente na comunidade "O Sótão". Postarei aqui por que minha inspiração para escrever parece ter desaparecido, evaporado, se desintegrado, enfim...

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Jamie repousava em meu ombro. Sua respiração era fraca. Ela me olhava como se eu fosse seu único amigo. O único com quem ela podia contar.

Eu sabia que não era bem assim. Os problemas a perseguiam. A doença a perseguia. Eram tão próximos, tão íntimos, que poderia-se dizer que eram seus amigos. Faziam seu rosto jovem carregar uma expressão envelhecida e cansada.

Ela já não se sentia bem-vinda no mundo. Dizia que não era mais seu lugar. E todos em Nova York que a conheciam não tinham nada diferente a dizer. Enquanto isso, seus “amigos“ a arrastavam para a depressão.

Sua respiração ficou mais leve. Pude ver seus olhos se fechando lentamente. O que lhe restava de forças se depositou na suavidade de sua despedida. Eu assistia a cada inspiração de Jamie, sabendo que poderia ser a última.

Sua canção preferida tocava no rádio, como que dedicada a seu doce e forte coração. Mas ele deixou de reagir. E eu sabia o que isso significava. Coloquei-a em meus braços e carreguei-a pelas ruas, levando-a para casa.

As pessoas ainda se divertiam no Central Park. Ninguém parecia notar a menina sendo carregada nos braços de um homem. Ela poderia ter asas e seguir seu caminho para longe. Acredito que, um dia, Deus realmente a presenteie com um belo par.

Agora, seus “amigos” pareciam muito distantes. Eles não mais a levariam para a tristeza e o desespero.

E doía pensar que a minha garotinha preferida estava sendo tirada do mundo naquela noite. Com tantas coisas que poderiam ter sido vividas. Sob as estrelas brilhantes – as do céu e as da blusa patriota que vestia.

A canção que deixáramos para trás há alguns minutos ainda ressoava em minha mente. Chegamos a casa. Coloquei-a no sofá e cobri-a com um edredom, em uma tentativa de manter seu corpo aquecido. Mas isso era inútil. Ele já havia esfriado. E não tinha como recuperar a o calor e a vida daquela menina.

Dei um beijo em sua testa. As lágrimas desceram. Finalmente me despedi. Minha tarefa estava cumprida. Agora seu futuro não estava em minhas mãos. Agora a Morte seria responsável por levá-la para casa.

Fim.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Palavras na biblioteca

Primeiramente, gostaria de dizer que esse texto foi produzido em uma aula de redação. A proposta era contruir uma narrativa em que houvesse um desentendimento na comunicação. Eis o meu texto:


Uma mulher sentava-se em uma poltrona na biblioteca. Lia as últimas páginas de um romance. Um homem que a observava resolveu puxar conversa. Aproximou-se e perguntou:

- E aí? Esse livro é bom?

- Sim, é excelente - respondeu ela, sorrindo.

Estimulado pelo sorriso, o homem continuou a conversa:

- Sobre o que é?

- Sobre um homem que perde a esposa um dia após o casamento e é obrigado a conviver com a nostalgia - falou a mulher.

A expressão do homem mudou de esperaçosa para confusa. Com a testa franzida, perguntou:

- Nostalgia? O que é isso?

Compreensiva, a mulher definiu:

- Uma sensação de melancolia causada pela falta de algo. Saudade.

- Melancolia? Como assim? - Ele questionou.

- É como depressão - explicou ela.

- Mas depressão não era um buraco? - Ele estava ficando realmente confuso.

- Não nesse sentido - começou ela. - Significa mais ou menos um profundo abatimento emocional.

- Ah, sim... Abatimento... Acho que conheço essa palavra...

A mulher revirou os olhos, mas disse:

- Abatimento é falta de ânimo.

- Entendi! - Ele exclamou - Enfim, obrigado.

- De nada - respondeu ela.

E o homem saiu de perto, pensando que não valeria a pena tentar um relacionamento com uma mulher tão inteligente.

sábado, 23 de abril de 2011

Diferentes?

Tenho uma confissão a fazer... Eu não sei qual é a música mais tocada nas rádios. Um absurdo, não é? Não, sinceramente, não. Eu realmente não quero escutar uma música só porque todo mundo escuta. Aliás, eu não quero fazer NADA só porque todo mundo faz.

Estou cansada de ver as pessoas ditando para as outras em que mundo elas devem viver. São tantas limitações impostas... Existe uma lista de coisas que te fazem uma pessoa normal: tirar notas médias, ter um celular com as músicas mais modernas e ter Facebook (por que o Orkut está fora de moda, sabe?). Acho que estou me esquecendo de alguma coisa... Ah, sim! Não se pode ter nenhuma amizade com os pais, porque eles são muuuuuito chatos, né? Você tem que admirar ou odiar o Justin Bieber, ou qualquer outro ser que faça sucesso. Você não pode falar sobre a preservação do meio ambiente, porque isso não é tão importante quanto discutir sobre os problemas pessoais da Demi Lovato.

A lista é muito maior. E você sabe o que acontece se você não se encaixar? Você vai ser o nerd, o idiota, o careta, o infantil, o estranho, o chato, o excluído.

Além disso, ainda tem os padrões físicos. Você não pode ser gordo, nem magro demais. Seus óculos não podem ser grandes e o aparelho não pode ser diferente dos outros. Você não pode ser considerado feio, senão você está ferrado. E se você for bonito demais, as pessoas vão dizer que você se acha, mesmo sem te conhecer.

As opiniões originais foram esquecidas, as pessoas sofrem com toda essa opressão. Muitos suicídios são cometidos por causa de uma coisa que provavelmente você já ouviu falar (é óbvio que você já ouviu falar): o bullying.

Será que estamos sendo melhores do que aqueles caras que queimavam pessoas com ideias diferentes e diziam que eram bruxas?

Só pense sobre isso.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Malditos padrões

Semana passada eu fui fazer uma visita ao homeopata. Ele é muito legal. Quando minha mãe estava assinando uns papeis no balcão da recepção, alguém entrou na clínica.

Minha primeira reação foi ficar surpresa. A segunda foi admirar cada detalhe da situação à minha frente. A mulher era branca, tinha cabelos curtos e pretos. Ela usava um All Star de cano longo, uma calça legging escura, uma saia azul curta por cima da calça e uma blusa preta. Seu braço direito era coberto por uma tatuagem cujo desenho não consegui identificar exatamente. Era um estilo bem dark.

Mas essa mesma mulher carregava, junto com a bolsa preta, uma bolsa grande azul clara decorada com ursinhos e um carrinho verde com um neném dentro.

Nos poucos minutos que tive para apreciar a cena, pude ouvir a mulher chamando a criança de filho e dando atenção ao menino. Foi uma cena impressionantemente linda.

Aquele com certeza não era o tipo de mulher que eu diria que teria um filho. Mas existe tipo?

Acho que a mente humana tem um erro: tentar achar regras para tudo. Muitas pessoas relacionam a imagem de mulheres que usam preto com pessoas com um buraco no lugar do coração. Não é assim. Da mesma forma que relacionam garotos sensiveis e bem mais interessantes com homosseuais, quando o conceito de homossexual é se sentir atraido pelo mesmo sexo. Definitivamente não é assim.

O problema da grande maioria da população é tentar estabelecer padrões para tudo. É tentar organizar tudo. Mas o ser humano é muito mais complexo que isso.

Uma pessoa pode ser responsável e completamente louca ao mesmo tempo. Uma patricinha pode, sim, ser inteligente. Um "pegador" pode ter sentimentos. Um nerd pode praticar esportes. Um fã homem de Restart pode não ser gay. E além disso, QUALQUER pessoa pode amar.

O amor não está destinado a uma parte só da população. TODOS amam. Independentemente da forma de amor.

Pare de estabelecer esses padrões idiotas. Nada é sempre geral. Até a matemática tem exceções.

E góticas podem ser mães.

quinta-feira, 24 de março de 2011

[song-fic] Another Now

Another Now - Kate Alexa

Assim eu estava: sentada à mesa de Afrodite, com olhos inchados e úmidos. Sem conseguir olhar para a mesa de Hefesto, porque você não estava lá, nunca mais estaria.

Was only just the other day,
When all this felt so real,
Like nothing could go wrong,
Was like a never ending dream,
Nothing ever changed,
For so long,

Há alguns dias, tudo estava bem. Minha relação com você era perfeita - o que se espera de uma filha de Afrodite. Nada podia dar errado. Parecia um sonho que permaneceria vivo para sempre. Fora assim por tanto tempo... Eu estava acostumada.

But now you've gone away,
And I've tried turning the page,
And It's just not the same,
Mas, de repente, você se foi. Simplesmente, a vida deixou seu corpo e eu fiquei sozinha. Depois do impacto da perda, tentei conter meu desespero e voltar à minha rotina. Afinal, estávamos em uma guerra e mortes ocorreriam a toda hora. Tentei tratar a situação como natural e era impossível.

But I'm breathing in,
And I'm breathing out,
I'm wide awake,
But I can't hear a sound,
 Eu sinto o oxigênio encher meus pulmões. Estou viva, mas não consigo mais perceber a vida à minha volta.

Though I'm breathing in,
I can't think about,
Another you, Another me, Another now
Porque enquanto eu respiro, a cada inspiração, não paro de pensar em você, em como eu era feliz e nos momentos que agora não são mais que um passado distante.

Where do I go from here,
I've never felt so strange,
I've never felt so torn,
Cause ever since you came my way,
I learned to live by you,
And now I'm on my own,
Para onde eu vou agora? Não consigo pensar em nada. Meus dias se extendem. Eu me sinto estranha. Sinto meu coração dilacerado, como ele pode continuar pulsando? Desde que minha história com você começou, meu mundo passou a girar à sua volta. Agora estou sozinha.

I know I need some time,
To leave all this behind,
Cause I'm still hanging on,

Eu sei que preciso de tempo para deixar essa tristeza para trás. Eu queria ter parado de sofrer, mas não consigo. Ainda estou me recompondo. Mas por que eu não sinto nenhuma diferença?

 
But I'm breathing in,
And I'm breathing out,
I'm wide awake,
But I can't hear a sound,
Novamente, sinto o oxigênio encher meus pulmões. Estou acordada, mas não escuto nada além de meus pensamentos.

Though I'm breathing in,
I cant think about,
Another you, another me, another now

Porque enquanto eu respiro, só consigo pensar em nós dois, e imaginar como seria se você ainda estivesse aqui, me mandando beijos da mesa de Hefesto.

Sitting here, all alone,
Don't wanna move, nowhere to go,
Nothing's real, just wanna hide,
Estou sentada à mesa de Afrodite, sem querer me mover, porque eu realmente não tenho vontade de fazer nada. Minhas lembranças sobre você, agora, são só lembranças. Nada é real, nada é substancial. Eu quero esconder minha tristeza, mas meus olhos me denunciam.

Cause your not here

Você não está aqui. E nunca mais vai estar.

But I'm breathing in,
And I'm breathing out,
I'm wide awake,
But I can't hear a sound,
Eu inspiro e expiro. Perfeitamente viva, ou pelo menos sobrevivendo.

I'm breathing in,
And I'm breathing out,
I'm wide awake,
But I can't hear a sound,
Though I'm breathing in,
I can't thïnk about,
Another you, Another me, Another now
Enquanto respiro, a cada segundo, não consigo parar de pensar em nós dois. Tudo isso ainda é uma ferida aberta, que talvez nunca cicatrize, e se cicatrizar, a marca será profunda e dolorosa.
oooh woah
Another you, Another me, Another now
Mas eu tenho que me acostumar com o fato de que tudo mudou. Você agora está nos campos de Elísio, encontrou a paz. Eu sou outra, completamente outra. E a atual sitação - o nosso agora - é simples: nossos caminhos não são os mesmos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

[FIC] Liberdade

Liberdade, finalmente, depois de sofrer continuamente durante séculos. Pelo menos, assim deveria ser. Cronos foi derrotado. Os deuses me libertaram de meu destino cruel. Ele me libertou de meu destino cruel. No segundo em que Hermes contou-me a novidade e levou-me para o mundo real, uma chama de esperança acendeu no meu interior.

Cheguei ao acampamento. Hermes me entregou uma carta. Era dele. Tinha um endereço, provavelmente de sua casa. Ele queria me encontrar. Saí correndo, ultrapassei a barreira mágica e fui para Manhattan.

Cheguei em frente ao prédio, ouvi uma música. Será que ele preparara algo para mim? Subi as escadas correndo. Bati na porta. O lugar era estranho. Eu nunca vira algo tão futurista. Ele abriu a porta. Estava mais velho. Esqueci que para ele o tempo passava. Mesmo assim, estava lindo como sempre. O mar dentro de seus olhos, irresistíveis como sempre. Era a minha chance.

Então minha chama de esperança se apagou. O frio me consumiu por dentro. Senti uma dor lancinante no coração, como se ele tivesse sido esmagado por algo muito pesado. Uma garota loira o tinha abraçdo e ele se virara para trás para beijá-la.

-- Oi, Calipso. Estamos comemorando nossa vitória sobre Cronos. Fique a vontade.

Como ele podia ser tão insensível? Como eu pude ser tão cega? Talvez, meu destino fosse ficar sozinha para sempre. Dei uma olhada para dentro do apartamento, pude ver algumas flores prateadas como a que dei para ele. Lágrimas caíram dos meus olhos dramaticamente.

Olhei para o rosto incompreensivo de Percy. Ele não escolhera ficar comigo. Desci as escadas e corri solitária pelas ruas de Manhattan. Eu não conhecia aquele lugar. Eu não conhecia nada.

Ouvi um trovão. A chuva começou a cair violentamente sobre mim. Minhas lágrimas se perdiam na chuva, eram insignificantes.

Depois de muito tempo correndo encontrei o mar. Eu sabia que ali estaria perto dele. Então tomei a decisão da minha vida. Mergulhei e deixei meu corpo afundar.

                                                                             ooo

Acordei com um rosto lindo na minha frente. Eu conhecia esse sentimento. Mas agora eu me sentia tão... mortal... Esqueci dos problemas e dos sentimentos ruins. Uma nova era começava. Em fim, entendi o significado da palavra liberdade.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O banco

Não olhe para mim desse jeito. Só estou sentada em um banco como outro qualquer. É, eu sei, antes esse era o banco em que eu o esperava, mas agora é só um banco.

Antes ele saía da sala ao lado e eu falava "oi". Ele respondia timidamente. Depois ele sentava ao meu lado e eu não tinha assunto. Mesmo assim eu sentia uma necessidade extrema de falar algo. Isso resultava em curtas conversas sem sentido. Eu me despedia e ele respondia sempre dizendo meu nome depois do "tchau". Eu ia para casa me perguntando como o meu nome podia ser tão bonito quando ele pronunciava.

Agora eu vejo todos os seus amigos saindo da sala de aula que um dia ele frequentara. Um a um. Eu espero ver aqueles olhos verdes brilhantes. Inútil. Eu sei que ele não estuda mais nessa escola.

Alguém apaga as luzes da sala de aula. O professor sai e fecha a porta. Me levanto e volto para casa com a sensação de ter sido roubada. Alguém roubou nossa convivencia mais forte.

Dia seguinte. mesmo horário.

Não olhe para mim desse jeito. Só estou sentada em um banco como outro qualquer. Agora ele é só um banco.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Silêncio eterno

A Lua. Um astro que gira ao redor da terra. Algo que muitos admiram. Mas poucos conhecem sua real tristeza.

A Lua está sozinha, embora pareça sempre cercada de estrelas. As estrelas, na verdade, estão muito longe. Alguns acham que o Sol é seu melhor amigo, mas eles nunca chegaram a se encontrar. Sobra, então, a Terra que está sempre ocupada com os problemas da população que a habita.

A Lua está sozinha. Ela cresce querendo ser notada, querendo uma amizade. Mas sempre some para chorar pelo fato de isso nunca acontecer.

Ela não pode gritar. Não pode dizer para o Universo: "eu estou aqui". Porque ela sabe que o som não se propaga no vácuo.

A Lua está agoniantemente dominada pelo Silêncio Eterno. Nada pode salvá-la deste cruel destino.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Speak now

No novo CD da Taylor Swift tem um texto que ela escreveu que eu acho muito perfeito. Vou colocar a tradução aqui para você ler (eu sei, eu sei, niguém lê esse blog):

"Fale agora ou cale-se para sempre," as palavras ditas pelos padres no final das cerimônias de casamento por todo o mundo, antes dos votos. É uma chance de protestar, um momento que faz o coração de todos acelerar, e um momento pelo qual eu sempre fui estranhamente fascinada. Tantos sonham em entrar em uma igreja, dizer o que mativeram guardado por anos como nos filmes. Na vida real isso raramente acontece.

A vida real é uma coisa engraçada, sabe? Na vida real, dizer a coisa certa no momento certo é mais do que crucial. Tão crucial, que muitos de nós hesitam, por medo de dizer a coisa errada no momento errado. Mas recentemente, o que eu comecei a temer mais do que isso é deixar o momento passar sem dizer nada.

Eu acho que muitos de nós temem chegar ao fim da vida, e olhar para trás lamentando os momentos que não se manifestaram. Quando não dissemos "eu te amo". Quando deveríamos dizer "sinto muito". Quando não apoiamos nós mesmos ou alguém que precisava de ajuda.

Essas canções são feitas de palavras que eu não disse quando o momento estava bem na minha frente. Elas são cartas abertas. Cada uma é escrita com uma pessoa específica em mente, dizendo o que eu queria dizer para elas pessoalmente. Para o lindo garoto cujo coração eu parti em dezembro. Para o meu primeiro amor que eu nunca pensei que fosse meu primeiro coração partido. Para minha banda. Para um homem malvado do qual eu tinha medo. Para alguém que fez meu mundo muito sombrio por um momento. Para uma garota que tirou algo de mim. Para alguém que eu perdoo pelo que ele disse na frente do mundo todo.

As palavras podem despedaçar alguém, mas também podem colocar pedaços no lugar. Espero que você use as suas para o bem, porque as únicas palavras das quais você vai se arrepender mais do que as que você não disse são aquelas que você usou para magoar alguém intencionalmente.

O que você diz pode ser muito para algumas pessoas. Talvez saia tudo errado e você vá gaguejar e sair constrangida se assustando enquanto você reflete sobre isso na sua cabeça.  Mas eu acho que as palavras que você se priva de dizer são as que mais vão te assombrar.

Então fale para alguém. Ou fale para você mesma no espelho. Fale em uma carta que você nunca vai enviar ou em um livro que milhões poderão ler algum dia. Eu acho que você merece olhar para trás na sua vida sem um refrão de vozes ressoando "Eu pude, mas agora é tarde demais."

Tem um momento para o silêncio. Tem um momento esperando a sua vez. Mas se você sabe como se sente e você sabe o que você precisa dizer tão claramente, você vai saber.

Eu não acho que você deveria esperar. Eu acho que você deveria falar agora.
                                                                                        amor,
                                                                                               Taylor
PS: Para todos os garotos que inspiraram esse álbum, vocês devem saber. ;)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Qual será o motivo?

Você já parou para pensar no motivo da sua vida? Já parou para pensar no porquê da sua existência?

Eu acredito em uma frase que diz que "somos seres espirituais passando por uma experiência humana" e isso para mim significa que Deus nos colocou aqui com o propósito de não só aprender, mas também fazer alguma coisa.

Quem não quer deixar sua marca no mundo? Quem não quer ser lembrado? Todos deveríamos ter ambições relacionadas a melhorar o mundo. O que aconteceu com a consciência humana? A evolução nos deu a capacidade de pensar e ter conhecimento do que acontece a nossa volta e dentro de nós. Temos a capacidade e raciocinar mais do que qualquer outro ser vivo. E isso é por acaso? NÃO!!!

Nossa vida tem que ser além do pacote casa, trabalho/escola, circulos sociais. Temos que nos relacionar com o ambiente a nossa volta e tentar ajudar o mundo. O objetivo do seu trabalho deveria ser contribuir para alguém de alguma forma e não simplesmente ganhar dinheiro. Você deveria pensar na educação dos seus filhos e decidir se ele vai ser o tipo de adulto feliz e com valores certos ou um infeliz, desvirtuado, sem amor.

Tem tantas coisas que poderíamos fazer. É incrível o que passa despercebido pelos olhos das pessoas. Realmente impressionante.

Dá para parar de ignorar sua capacidade? Isso é inutil e ridículo!

Agora vai fazer alguma coisa útil! Porque você tem a capacidade de melhorar aguma coisa.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

[FIC] Belatriz

Belatriz Lestrange recobrou a consciência e abriu os olhos. Percebeu que não estava mais em Howarts, nenhuma batalha ocorria a sua volta. Mas ela sentia-se derrotada. Então lembrou de sua última risada, do clarão verde vindo em sua direção e da raiva que nunca esperara ver no rosto de Molly Weasley.

Se deu conta de que estava morta e que aquilo deveria ser o que acontecia quando a vida acabava. Em um instante começou a repassar a sua vida. Aquela vida miserável, mas que não conseguia mudar. Lembrou-se do prazer de matar pessoas inocentes. Bruxos e trouxas. Lembrou-se de Azkaban, que para ela não era muito diferente dos outros lugares. A presença de dementadores não a afetava, porque eles não tinham do que se alimentar.

Sua vida era como uma tempestade agoniante e triste. Seus dias eram como noite, mas sem estrelas e sem lua. A treva sempre a envolveu mesmo no lugar mais iluminado, mas fora escolha dela. Tudo fora escolha dela!

Tudo por causa de um bruxo. O único que fazia seu coração bater desesperadamente. Era um amor ardente e sufocante. Um amor que fervia seu corpo. Um amor que causava sofrimento e roubava completamente sua sanidade mental. Um amor que nunca seria recíproco... Porque esse bruxo não amava.

Belatriz se tornou uma comensal da morte fiel para ouvir sempre seu amor dizendo seu nome. Para sempre estar com ele. Foi a tentativa de ser notada. Uma tentativa sacrificante e inútil.

Agora ela estava ali, morta. Inutilmente, deitada no chão frio como seu coração.

Belatriz ouviu um barulho. De repente, uma figura humana, sem pele apareceu a sua frente. Ele se contorcia e gemia. Ela chegou mais perto e seu coração (se mortos tiverem coração) quase explodiu. Era ele, Tom Riddle, o homem que ela amava e que nunca a amaria de volta. Ela começou a chorar e gritar e os dois ficaram ali, mergulhados no sofrimento eterno de suas escolhas.