segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ócio improdutivo


A internet caiu. Droga, terminei meu livro ontem! Se não tivesse lido até as 23h00min teria algo para fazer agora! Liguei a TV. Nada bom passando, todos os filmes no meio. Deixei-a ligada em um canal que apresentava um filme de qualidade duvidosa, mas com um nome legal, e ele se mostrou melhor do que o imaginado. Créditos. Deitei-me na poltrona, em uma tentativa de repor o sono que me faz tanta falta agora que estudo de manhã (mas que nem me passa pela cabeça em ebulição à noite). Nada além de um quase confortável momento de descanso. Desliguei a TV.
                11h27min. Tentei conectar mais uma vez o computador à internet. Sem acesso à rede. Após não sei quantos minutos de pura perda de tempo parada em frente ao roteador, desligando-o e ligando-o sucessivamente, decidi esquentar meu almoço. Trinta segundos no micro-ondas e a comida ainda estava gelada. Deixando-a mais trinta segundos girando ali dentro, abri a geladeira e coloquei um pouco de guaraná em um copo. Tirei o prato do micro-ondas e sentei-me no sofá da sala.
Liguei a televisão e tirei de um filme de ação clichê e cheio de efeitos especiais para colocar em um telejornal. Durante o almoço, sem prestar muita atenção à comida, fiquei me perguntando por que tantas pessoas reclamam desse jornal. Deve ser só muita desgraça junta. Só assisto mesmo porque tenho que me manter informada sobre o que acontece no mundo e por causa do ENEM. Não fosse por isso não me fariam falta tantas tragédias, estupros e barbaridades. Não gosto dessa realidade, com licença. Deixei a louça na mesa da sala e fui escovar os dentes.
Arrastei-me até meu quarto para pegar um livro de crônicas solicitado pela professora de literatura. Graças a Deus não é mais uma adaptação horrorosa de algum livro que eu tinha a intenção de ler. Joguei-me na poltrona da sala novamente e, abrindo o livro na minibiografia do autor, fiquei minimamente feliz por saber que ele era um cara de Copacabana nos anos 40.  Produto brasileiro, só pra variar um pouco. Li as três primeiras crônicas (muito boas por sinal), mas me distraí tentando contar quantas folhas o livro tinha só de olhar para ele fechado. Eram 56.
Abri a geladeira e procurei um chocolate. Não foi muito difícil de achar, já que ele estava embrulhado em um papel dourado enorme e nada discreto. Precisei de uma faca para tirar só um pedaço, que ainda veio quebrado. Guardei o resto na geladeira e comi minha parte sem muita animação. Não é disso que eu preciso! E, em meio ao ócio desnecessário, me rendi às frustrações emocionais de que, tão racionalmente, tento fugir a todo tempo. Corri para o quarto e deitei até que a crise passasse. Então lembrei: a internet caiu.


(Só postei isso aqui porque não tinha nada melhor escrito. É, tá chato, eu sei.)